Estou no último ano do Ensino
Médio e como é de praxe fizemos Pedágio – brincadeira de terceiranistas onde em
um determinado dia da semana os alunos vão fantasiados de acordo com o tema
escolhido – no dia da tribo eu fui de nerd porém essa proposta me fez pensar: a
que tribo pertenço? Sinceramente não sou igual minha mãe que gosta de corte e
costura, não entendo sobre de todos os assuntos do mundo como o meu pai, mesmo
me importando não vivo pela política como minha amiga Agnes, por mais que seja
preguiçosa não consigo ficar sem fazer nada como o Eric, jamais me imaginei
sendo física como o Cotia quer, não suporto crianças por isso jamais serei
professora infantil como minha irmã e não sou um artista como o Gabriel que
escreve, desenha, compõe, toca, atua e tudo o mais.
Olhando para mim no espelho
fiquei a procura do que eu realmente gosto, sabe eu realmente consigo lidar com
corte e costura, procuro entender de todos os assuntos para saber argumentar,
sei do básico da política brasileira que já me faz querer mudar tudo, realmente
sinto uma preguiça daquelas de passar o dia sem fazer nada, compreendo que a
física está presente em nossas vidas e na minha imaginação depois de cada
livro/filme/música interpreto e por isso sou uma grande artista. Mesmo
convivendo com tudo isso nada disso me faz os olhos brilhar.
Nesse ano aprendi muito com cada
situação que vivi, sinto que estou amadurecendo devagar. Particularmente
entendo um pouco mais de mim ou melhor, estou me aceitando mais agora.
Descobrir que sou assexual foi um alívio que me tirou das costas o peso de ser
uma ET, no entanto descobrir uma Stephanie romântica que chora por quase tudo e
não é má muito menos forte a todo momento foi difícil de aceitar. Porém isso
tudo era apenas preconceito da minha cabeça afinal é exatamente essas coisas
que me levaram a descobrir o que realmente gosto. E sabe do que eu gosto? De
histórias, histórias alegres e tristes, românticas e de suspenses, em filme,
livro ou música, as que crio e as que vivo. São as histórias que me fazem os
olhos brilharem, talvez porque é por meio delas que me torno personagem e vivo
todo aquele mundo ou porque minha mente é muito fértil e precisa de alimento
para sobreviver.
Existem pessoas que acabam se
enganando por puro preconceito mas o que realmente se gosta jamais é cafona
pois é importante para nós, como é importante para você é o que importa.