Ana deu sinal para o ônibus de
Santa Amizade. No seu ponto apenas você esperava portanto ao estacionar o
ônibus Ana subiu pelos poucos degraus para se deparar com um pequeno espaço com
bancos ocupados por pessoas sorridentes e falantes mas estes são os bancos dos
vovôs ou mamães e seus bebês. O lugar de Ana é do outro lado da catraca.
Seu Bilhete Único foi encostado
na máquina que fica na catraca, e logo o cobrador tinha autorizado que Ana
rodasse a catraca. E bem ali depois da catraca estava duas extensas fileiras de
bancos em dupla onde cada um estava ocupado por uma pessoa. Sim, Ana observou a
variedade de pessoas nesse corredor pois tinha estudante, bêbado, falador,
negros, brancos, pardos e muitos que não tinham como rotular.
A garota Ana, estudante de filosofia
como é, não pode deixar de comparar a viagem nesse ônibus com a da vida. Assim
como na vida iniciamos ao redor de parentes que são alegres e gentis como os
pais e principalmente os avós mas mesmo que aquele lugar seja confortável e
convidativo temos de continuar pois precisamos encontrar o nosso verdadeiro
lugar que tem algumas lutas e é longe de pessoas mais experientes igual nosso
pais que já lutaram tanto e ainda lutam. A catraca pode ser qualquer mudança
que tenhamos de nos adaptar, como o destino de Ana é a Santa Amizade digamos
que ela pensou em seu primeiro dia de aula no Jardim de Infância, aquilo foi
fácil como tudo quando se é criança. Ana apenas se sentou em uma das cadeiras e
com menos de 5 segundos já brincava com seus novos amigos, no entanto ali no
ônibus não existe crianças do Jardim de Infância, a escolha é mais difícil,
qualquer lugar pode dar a Ana um destino diferente, como se ela se sentar ao
lado do japonês pode se apaixonar, casar e ter filhos vivendo felizes para
sempre mas ao sentar ao lado do loirinho de cara emburrada uma grande amizade
surgirá ou sentar com a senhora de sacolas na mão seja a melhor opção já que
com ela Ana consegue o emprego dos sonhos. São tantas opções com tantos
destinos diferentes como na vida em que cada escolha lhe abre um leque de novas
opções.
Gostaria de narrar que Ana teve
um conflito ou reflexão maior sobre o assunto mas isso é apenas uma viajem de
ônibus e como tal teve aquela freada brusca que praticamente jogou Ana, nossa
filosofa, no banco da direita, aquele banco em que tinha um ser coberto da
cabeça aos pés em um sono profundo que durou a viajem inteira ou até Ana chegar
ao seu destino.
A complexidade e valor está na
cabeça de quem vive a situação, mas assim como a da Ana tem coisas que são
apenas situações corriqueiras.
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