domingo, 11 de setembro de 2011

Perseguida



Estou no mesmo corredor que atravesso todos os dias com a mochila pesada, meu lanche na hora do intervalo, meus amigos ou sozinha como estou agora.
O corredor continua com o mesmo comprimento, cheio de portas de sala de aula com alunos brincando ou brigando mas sempre em vozes elevada.
Lembra-se como andávamos devagar, tentando remediar o máximo para chegar ao final do corredor e termos que nos separar? Atravessamos tantas vezes esse corredor sempre absortos em conversas e envolvidos em abraços. Aquele tempo parece ter sido tão longe agora, só me lembro de tempos bons; do Sol quente e você reclamando por eu ainda estar de moleton ou de você me guiando pelo meio das pessoas enquanto ficava de olhos fechados com a cabeça encostada em seu peito. Tantas coisas aconteceram nesses últimos tempos, perdi e ganhei tantos sentimentos, agora o que me restou foi a travessia do corredor em dias chuvosos, ensolarados e nublados com uma neura de perseguição na cabeça. Todos estão olhando para mim; para as minhas olheiras profundas, para a minha franja loira no meio de tanto cabelos negros, ou o meu moleton num dia de calor.
Meu pesadelo de ser perseguida num corredor, aquele que acordava no meio da noite e te ligava agora está acontecendo de verdade e diferente do sonho onde você me carregava para a salvação são as minhas pernas que com algum esforço me tira do perigo. Por que isso é a vida real e aqui não é um sonho, não existe tempo para esperar um herói, a salvação depende de mim – fisicamente e psicologicamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário