Era mais um dia comum com uma
pausa no serviço para o almoço, me vejo sentada na praça de alimentação do
shopping com o estômago à roncar e os olhos à captar. Para uma pessoa com tanta
imaginação um simples sorriso já agita as ideias.
O almoço demora para chegar, já
não sinto a fome que aperta pois um casal da mesa na minha frente me chamou a
atenção. Reparo como a menina fala sem parar e o garoto desenha num caderninho.
Imagino que já está a noite em algum restaurante que precisa de reserva para se
usufruir. O casal que não passa de dois adolescentes no auge dos seus dezesseis
anos chega de carona no carro do pai do garoto que vestiu sua calça jeans
preta, uma camisa xadrez com um colete preto; abre a porta para a namorada que
veste saia de tule preta com uma blusa de decote de coração com bolinhas,
alguma nova moda teen. Ambos estão tão felizes, o garoto que coloca sua mão em
cima da mão da garota que fala sem parar. Existe uma troca de juras de amor,
daquelas que os adolescentes copiam de filmes ou textos românticos. E eu? Eu
ainda estou esperando meu almoço ficar pronto quando volto para o cenário da
praça de alimentação para ver um novo personagem entrar na história. Esse novo
garoto cumprimenta o outro com um toque típico de adolescente e beija a garota
nos lábios. Sinceramente? Fico tão decepcionada quanto o olhar do primeiro
garoto, mas o que posso fazer? Não estamos no restaurante que precisa de reserva
e essa não é uma cena romântica, como disse no começo era apenas mais um dia
comum na minha vida e na das outras pessoas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário