quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Somos tão jovens ainda



Era mais um dia comum com uma pausa no serviço para o almoço, me vejo sentada na praça de alimentação do shopping com o estômago à roncar e os olhos à captar. Para uma pessoa com tanta imaginação um simples sorriso já agita as ideias.
O almoço demora para chegar, já não sinto a fome que aperta pois um casal da mesa na minha frente me chamou a atenção. Reparo como a menina fala sem parar e o garoto desenha num caderninho. Imagino que já está a noite em algum restaurante que precisa de reserva para se usufruir. O casal que não passa de dois adolescentes no auge dos seus dezesseis anos chega de carona no carro do pai do garoto que vestiu sua calça jeans preta, uma camisa xadrez com um colete preto; abre a porta para a namorada que veste saia de tule preta com uma blusa de decote de coração com bolinhas, alguma nova moda teen. Ambos estão tão felizes, o garoto que coloca sua mão em cima da mão da garota que fala sem parar. Existe uma troca de juras de amor, daquelas que os adolescentes copiam de filmes ou textos românticos. E eu? Eu ainda estou esperando meu almoço ficar pronto quando volto para o cenário da praça de alimentação para ver um novo personagem entrar na história. Esse novo garoto cumprimenta o outro com um toque típico de adolescente e beija a garota nos lábios. Sinceramente? Fico tão decepcionada quanto o olhar do primeiro garoto, mas o que posso fazer? Não estamos no restaurante que precisa de reserva e essa não é uma cena romântica, como disse no começo era apenas mais um dia comum na minha vida e na das outras pessoas.

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