segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Afago no ego



Desde muito nova sonhava em ser arquiteta, agitava minha imaginação ver as casas construídas uma tão diferente da outra. Desde aquela época o que me fazia amar aquele mundo era as histórias que se criavam em minha cabeça. Como sou uma pessoa que planeja uma boa parte da vida, tinha planos até a minha velhice. Assim fui parar numa escola técnica onde faço curso técnico de edificações integrado com o ensino médio.
Nessa minha atual escola conheci mais da vida burguesa e posso dizer que me habituei rápido e fácil aos seus costumes. Felizmente o que mais me agradou foi as minhas leituras que ficaram cada vez mais frequentes, consequentemente passei a escrever contos e pequenas frases que chamo de clichê. Apenas meus amigos liam o que escrevia e todos disseram-me que aquilo era bom e deveria investir mais. Com algumas decepções que sofri no curso, meus amigos dizendo-me o quão sou boa escritora e a minha descoberta ou aceitação que sempre me interessei pelo meio jornalístico – adoro ler jornal desde os meus 10 anos – acabei por trocar meus planos de seguir na área de arquitetura para aventurar-me no meio jornalístico.
Com algumas incertezas ou melhor muitas incertezas; afinal por mais que pesquise na internet não sei verdadeiramente o que passa no mundo jornalístico ao contrário do mundo da construção civil que já estou habituada a viver. A única coisa que sou verdadeiramente boa é em escrever e ler, no entanto por medo desse novo mundo acredito que todos conseguem escrever melhor que eu e minha leitura pode ser considerada como de uma criança do primário.
Nesse ano escrevi um pequeno texto em uma das questões discursivas da minha prova de matemática, meu professor por sua vez ao corrigi-la mostrou a uma outra professora que no outro dia estava me chamando de poetiza na frente de toda a classe. Fiquei tão honrada pois tal professora é a que eu mais admiro no meu corpo docente desse ano. Depois desse episódio fiquei mais confiante com a minha escrita. Mesmo meus amigos dizendo milhões de vezes o mesmo que a professora ficava com um pé atrás, afinal amigos só querem ver a felicidade do outro.
Na semana passada em uma aula de literatura a professora deixou que cada aluno lesse quando quisesse, nisso era os mesmos alunos que pediam para ler então a professora pediu para que eu lesse. Pega de surpresa, pois estava mexendo no celular de um amigo, segurei o livro e comecei a ler; no final a professora que só havia criticado a leitura de todos me elogiou e pediu que lesse um novo poema com tamanha felicidade da minha leitura ser tão “bonitinha” – palavras da professora.
Eu que até então não acreditava que seria uma boa profissional no ramo que escolhi passei a confiar um pouco mais no que posso fazer. Todo o medo e ameaça que sentia em relação aos outros foi superada uma vez que faço o meu melhor mesmo não sendo a melhor. Se sentir insegura na adolescência é comum mesmo para aqueles que agem como pioneiros – meu caso – o importante é descobrir e acreditar que o que se faz é bom o suficiente para você ou para alguém. Num mundo de incerteza o que realmente vale é o que se acredita.

Um comentário:

  1. É.. e eu gaguejei como nunca tinha ao ler. Droga! Eu sabia que eu não ia ler bem, eu já estava imaginando que aquilo ia acontecer... fora isso.
    De fato você deve confiar mais em você. Não se rebaixe ao meu nível. Você vale muito mais.

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